Pouco mais de um mês após o crime, pastor acusado de matar a mulher vira réu por feminicídio no Acre
Natalino do Nascimento Santiago, de 50 anos, fugiu do local do crime no Acre Reprodução Pouco mais de um mês após o crime, o pastor evangélico Natalino do ...

Natalino do Nascimento Santiago, de 50 anos, fugiu do local do crime no Acre Reprodução Pouco mais de um mês após o crime, o pastor evangélico Natalino do Nascimento Santiago, de 50 anos, virou réu pelos crimes de feminicídio e duas tentativas de homicídio qualificado. Ele é acusado de matar a golpes de facão a esposa Auriscléia Lima do Nascimento, 25 anos, em 11 de junho na Comunidade Campo Alegre, zona rural de Capixaba, no interior do Acre. 📲 Participe do canal do g1 AC no WhatsApp A denúncia foi recebida no dia 11 de junho pela Vara Única Criminal da comarca de Capixaba. Conforme o processo, Natalino ainda não apontou advogado. Natalino foi preso no dia 14 de junho em uma área de mata da Reserva Legal Promissão, dentro da Reserva Extrativista Chico Mendes (Resex), no município onde ocorreu o crime, após ficar foragido durante quatro dias. No dia 15, a Justiça acreana decretou a prisão preventiva do suspeito por conta da reincidência criminosa, pois ele já havia sido condenado duas vezes, inclusive por um homicídio no bairro Palheiral, em 2011. Ao alcançar a progressão de regime, Natalino desrespeitou as medidas cautelares e era considerado foragido. LEIA TAMBÉM: Pastor é suspeito de assassinar a mulher a golpes de facão no AC 'Histórias de mortes são as mesmas': Acre teve quatro casos de feminicídio no 1º semestre de 2025 Plataforma do MP monitora casos de feminicídio no AC e ganha prêmio nacional: 'a gente só consegue combater o que conhece' O Ministério Público Estadual (MP-AC) ofereceu denúncia por feminicídio qualificado, agravado por artigos da Lei Maria da Penha, tentativa de homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel e contra vítima vulnerável, além de tentativa de homicídio simples. Além de matar a esposa, conforme a acusação, Natalino também feriu o filho da vítima, que ele criava como filho, e o próprio cunhado. "Pelas informações que a gente coletou, exame de corpo delito, por tudo isso, eu indiciei ele também pela dupla tentativa de homicídio contra o filho dele e o cunhado", explicou o delegado Aldízio Neto, responsável pelas investigações. Auriscléia Lima do Nascimento, de 25 anos, foi assassinada em junho na cidade de Capixaba Arquivo pessoal De acordo com o Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC), Natalino já foi condenado a 35 anos de prisão por matar um homem no bairro Palheiral, em 2011, na capital acreana, sendo que, ao alcançar a progressão de regime, o detento desrespeitou as medidas cautelares e era considerado foragido. As penas foram unificadas e voltaram a ser cumpridas em regime fechado após a prisão. Por conta do crime cometido em Capixaba, o homem deve ser condenado a uma nova pena caso seja comprovada a autoria dos crimes. Ele segue preso aguardando julgamento. Matou mulher há 24 anos Natalino do Nascimento já foi condenado por matar uma mulher há quase 25 anos. O g1 conversou, com exclusividade, com uma sobrinha de Silene de Oliveira Marcílio, vítima do homem. A parente pediu para não ser identificada. Silene foi estuprada e assassinada no dia 3 de setembro de 2000 na zona rural de Senador Guiomard, cidade natal dele. Por conta do crime, Natalino foi julgado e condenado a 27 anos, sendo 19 pelo assassinato e oito pelo estupro, porém cumpriu apenas seis em regime fechado. Por bom comportamento, ele foi para o semiaberto. Na época, em 21 de março de 2002, quando ele foi condenado, o crime ainda não era tipificado como feminicídio, lei esta que só foi promulgada em 2015. g1 no JAC2: Pastor suspeito de feminicídio já foi condenado por matar outra mulher no Acre A PM do Acre disponibiliza os seguintes números para que a mulher peça ajuda: (68) 99609-3901 (68) 99611-3224 (68) 99610-4372 (68) 99614-2935 Veja outras formas de denunciar casos de violência contra a mulher: Polícia Militar - 190: quando a criança está correndo risco imediato; Samu - 192: para pedidos de socorro urgentes; Delegacias especializadas no atendimento de crianças ou de mulheres; Qualquer delegacia de polícia; Secretaria de Estado da Mulher (Semulher): recebe denúncias de violações de direitos da mulher no Acre. Telefone: (68) 99930-0420. Endereço: Travessa João XXIII, 1137, Village Wilde Maciel. Disque 100: recebe denúncias de violações de direitos humanos. A denúncia é anônima e pode ser feita por qualquer pessoa; Profissionais de saúde: médicos, enfermeiros, psicólogos, entre outros, precisam fazer notificação compulsória em casos de suspeita de violência. Essa notificação é encaminhada aos conselhos tutelares e polícia; WhatsApp do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos: (61) 99656- 5008; Ministério Público; Videochamada em Língua Brasileira de Sinais (Libras). Reveja os telejornais do Acre