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Delator do PCC: Justiça manda a júri três PMs acusados de matar Gritzbach

Cabo Denis Martins e soldado Ruan Rodrigues são apontados como os atiradores que mataram Vinicius Gritzbach. Tenente Fernando Silva ajudou eles a fugir em carr...

Delator do PCC: Justiça manda a júri três PMs acusados de matar Gritzbach
Delator do PCC: Justiça manda a júri três PMs acusados de matar Gritzbach (Foto: Reprodução)

Cabo Denis Martins e soldado Ruan Rodrigues são apontados como os atiradores que mataram Vinicius Gritzbach. Tenente Fernando Silva ajudou eles a fugir em carro, segundo a força-tarefa Reprodução A Justiça de São Paulo decidiu que os três policiais militares acusados de participação no assassinato de Antonio Vinicius Lopes Gritzbach irão a júri popular. Gritzbach, apontado como gestor financeiro do Primeiro Comando da Capital (PCC), foi executado em 8 de novembro de 2024, no Terminal 2 do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Além dele, o motorista de aplicativo Celso Araújo Sampaio de Novais morreu durante o ataque, e outras duas pessoas ficaram feridas. Presos preventivamente no presídio Militar Romão Gomes, na Zona Norte da capital paulista, os PMs que irão a júri popular são: Fernando Genauro da Silva (tenente) — organização para a prática de violência armada; Denis Antônio Martins (cabo) — organização para a prática de violência armada; Ruan Silva Rodrigues (soldado) — organização para a prática de violência armada. Segundo a investigação, Denis Antonio Martins e Ruan Silva Rodrigues foram os executores dos disparos de fuzil contra Gritzbach. Eles teriam agido em parceria com Fernando Genauro da Silva, acusado de dirigir o carro usado na fuga. LEIA TAMBÉM: Como o caso Gritzbach escancarou o envolvimento de 27 policiais de SP com o PCC e CV; veja quem são Quem era o delator do PCC executado a tiros no Aeroporto Internacional de SP O ataque teria sido planejado por integrantes do PCC, por haver desconfiança de que Gritzbach desviava recursos em criptomoedas e após ele firmar delação premiada com o Ministério Público, quando detalhou o esquema de lavagem de dinheiro da facção e citou policiais envolvidos (veja vídeo abaixo). Vídeos mostram por diferentes ângulos execução de empresário no Aeroporto de Guarulhos Durante a execução, além de Gritzbach, os disparos atingiram outras vítimas que estavam próximas. O motorista de aplicativo Celso Novais foi morto, e duas pessoas sobreviveram com ferimentos. A decisão foi tomada pela Vara do Júri de Guarulhos, na Grande São Paulo, e a sentença, dada pelo juiz Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo no último dia 17. O julgamento ainda não tem data marcada, mas a decisão ratificou a manutenção da prisão preventiva dos três policiais, que já estão detidos na Zona Norte de São Paulo. Caso Gritzbach escancarou o envolvimento de policiais com facções Arte/g1 Acusação e defesa Em maio, o Ministério Público de São Paulo denunciou 18 PMs envolvidos no caso do assassinato de Vinicius Gritzbach — 15 por atuarem na segurança privada do delator do PCC e três por envolvimento direto na execução dele. As acusações são de homicídio qualificado e tentativa de homicídio, apontando motivo torpe, uso de arma restrita e recurso que dificultou a defesa das vítimas. Segundo a sentença, a defesa de Denis alegou que ele estaria sendo processado de forma seletiva por ser um PM negro, sem provas concretas. Já os advogados de Ruan e Fernando pediram a impronúncia. A Justiça, no entanto, entendeu que há indícios suficientes de autoria e materialidade, determinando o julgamento pelo Tribunal do Júri. Na mesma decisão, o juiz aponta que outros acusados ligados ao PCC, como Diego dos Santos Amaral (“Didi”), Emílio Carlos Gongorra Castilho (“Cigarreira”) e Kauê do Amaral Coelho (“Jub”), também têm ligação com o crime. Eles permanecem foragidos e respondem em processos desmembrados. A Justiça ainda não decidiu se eles também irão a júri popular. Diego, Kauê e Emílio foram denunciados pelos mesmos crimes de homicídio qualificado consumado e tentado. Quem é Gritzbach Vinicius Gritzbach Reprodução/TV Globo Vinicius Gritzbach foi um empresário do ramo imobiliário investigado pelas autoridades por lavar dinheiro do PCC. Ele havia feito um acordo de delação premiada com o Ministério Público para não ser condenado por associação criminosa. Responderia somente pela corrupção. Em troca, Gritzbach revelou os nomes das pessoas ligadas à facção criminosa e à polícia que extorquiram dinheiro dele. Essa investigação está sendo feita pela Polícia Federal (PF). A apuração sobre o assassinato do empresário é conduzida pela Polícia Civil, especificamente pelo Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa. 'Cigarreira' é apontado pela polícia como o principal mandante do assassinato de Vinicius Gritzbach. Segundo a investigação do DHPP e da Promotoria, ele contratou policiais para executarem a tiros Gritzbach. Infográfico mostra áreas do corpo de Antônio Vinicius Gritzbach atingidas por tiros g1